Caminhos de Desenvolvimento
É comum ter conversas com lideres buscando caminhos de desenvolvimento e querendo recomendações de cursos e instituições. Sempre vejo isso como algo positivo, pois demonstra um interesse genuíno de melhorar sempre, porém, também costumo compartilhar ideias e experiências para desafiar esta visão linear do processo de aprendizagem ancorado neste formato tradicional.
Todos reconhecemos a realidade de um mundo conectado, onde os líderes convivem diariamente com mudanças que se sobrepõem umas as outras e que chegam das mais diversas direções.
Por isso, a reflexão que gosto de trazer é como se engajar em formas de desenvolvimento que considerem seus desafios da vida real, que não sejam estudos de caso.
As necessidades da liderança atual consideram habilidades colaborativas e muita capacidade de realizar conversas estratégicas que mobilizem através de comunicação e ação efetiva.
A liderança tem que estar atenta ao mundo que emerge, ter um pensamento evolutivo e navegar na interdependência da dinâmica global, lidando com a imprevisibilidade e tomando decisões em meio a diversos paradoxos.
Ao escolher caminhos de desenvolvimento será mais relevante que as experiências venham de desafios complexos e reais, e que seja compartilhado com pessoas cujas experiências e visões diversas torne o processo mais ágil.
Pessoas que se ajudem mutuamente no sentido de observar as questões por lentes diferentes das suas, de notar e reconhecer seus pontos cegos, e de trabalhar seus vieses de cultura e sair do seu pensamento mono disciplinar.
Na minha experiência algumas formas têm se apresentado muito mais eficientes para desbloquear um potencial existente e resgatar uma postura de curiosidade que quebra padrões e crenças que já não atendem mais ao contexto das organizações como: “o importante é mostrar resultado”, “vou ser punido se tentar algo novo” e “melhor não perguntar, porque senão todo mundo vai saber que eu não sei”.
Mas cuidado, em todas é mandatória uma postura ativa, nada será entregue pronto, todas dão autonomia, mas exigem protagonismo, ou seja, são baseadas em alto grau de responsabilidade.
Uma delas, conhecida, mas ainda pouco praticada, é a busca de mentores, internos ou externos a organização: o líder precisa contar com bons mentores!
Os mentores, em geral, têm experiência em uma área onde o líder sente que está travado e desafiam o líder em sua forma de pensar e agir, oferecem alternativas e abrem uma rede de relacionamento para o líder testar suas hipóteses na vida real.
Outra é a participação em grupos de desenvolvimento colaborativo.
Com 8 a 12 pessoas que vivem dilemas parecidos, e buscam solução para um problema vivo, o grupo se compromete a participar periodicamente de encontros estruturados para criar direção, alinhamento e desenvolver soluções inovadoras de forma colaborativa.
E por último, um processo de aprendizado ativo.
Presente dentro e fora das organizações, times de 6 a 8 pessoas se reúnem para solucionar um problema real, urgente e importante, uma questão de todo grupo ou de um dos participantes. Baseada em perguntas e com uma estrutura bem definida, soluciona o problema enquanto desenvolve habilidades de liderança de forma colaborativa. Trata questões complexas através da diversidade e inteligência coletiva.
Estas práticas colaborativas e inclusivas, diferentemente das formas tradicionais de aprendizagem, estimulam a escuta e a observação nas diversas dimensões: de si mesmo, do outro e do entorno; ampliam a visão e aprofundam na essência do problema; buscam ações práticas e focadas em problemas reais.
Quanto mais os lideres buscarem formas de desenvolvimento ativo como estas, mais serão capazes de quebrar padrões e estar preparados para liderar equipes na busca de soluções para as questões complexas que estamos vivendo.
Você já pensou como novas formas de desenvolvimento podem fazer a diferença na sua liderança?
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