E se a mudança não acontece?
Quem nunca se viu diante de uma situação que parece não se resolver? Projeto, recursos, foco, tudo alinhado e de repente as coisas ficam empacadas e o problema surge com outra cara.
As organizações diante de um desafio, priorizam, elaboram um plano e se empenham para sair da situação atual e chegar na situação desejada.
Neste plano existe clareza de onde se deseja chegar, e o que deveria ser diferente em relação ao que se observa no momento.
Uma mudança é estabelecida e o objetivo é o próprio resultado final, este é o melhor cenário. Requer foco e perseverança. E os gestores se mobilizam para alcançar a meta.
Bem, acontece que ao longo do processo surgem dificuldades e problemas, e não raramente os cenários mudam, impedindo que a mudança aconteça como planejado. No desejo de alcançar a meta, as iniciativas continuam e são planejadas novas mudanças, mas o resultado final não é obtido.
Imaginem uma posição na equipe que constantemente fica vazia, prejudicando o time, as entregas, a organização como um todo. Para resolver este problema o gestor e recursos humanos elaboram um plano de mudança na abordagem de contratação, e trabalham com dedicação trazendo para a posição alguém do mercado. Depois da busca e um “matching” perfeito o contratado assume a posição, e após 6 meses pede demissão…
Nesta situação, é preciso sair de um estado que está nos congelando, olhar para as coisas de uma perspectiva diferente e buscar um movimento que desbloqueie, e permita que o fluxo seja retomado de forma mais natural.
O bloqueio surge quando na situação de mudança o resultado fica fixo e impede que se trabalhe com um movimento diferente, espontâneo e criativo. Na realidade muitas coisas seguem acontecendo, mas não se chega a nenhum lugar. As ações promovem desgaste, exaustão, e a sensação que prevalece é de vazio, e não de realização.
Um movimento é necessário, e é diferente de uma mudança!
Seu objetivo é liberar uma situação, logo não precisa existir um resultado definido, o resultado é a consequência, e é valioso, pois acaba por trazer algo novo para a situação. Pode vir de qualquer lugar, e com uma intervenção apropriada, acontece de forma rápida sem esforço.
Em uma reunião para tratar novamente o assunto da contratação, surge a seguinte pergunta: Será que ainda precisamos desta posição? E neste momento entra outra perspectiva, que provoca um movimento, a revisão de papeis e responsabilidades dentro da área. A função havia servido para um momento de transição e com o tempo os funcionários se adaptaram e a função se esvaziou e se tornou pouco atrativa até mesmo para o “matching” perfeito!
Falar de movimento é falar do estado natural de todas as coisas. Do universo ao átomo tudo está em movimento. Podemos não saber exatamente como funciona, mas a observação dos fenômenos permite descobertas de como as conexões e interconexões influenciam este processo.
As reações são um resultado de uma conexão. E todas as coisas estão conectadas! Se aprendemos a observar as conexões descobrimos onde temos que gerar movimento.
Quando o esforço é muito grande, ou quando existe paralisia, se despende muita energia, a situação fica fora de seu estado natural.
Então, para se identificar um potencial ponto de solução faz sentido observar onde se gasta muita energia, e explorar que conexões estão ativas e como elas se manifestam.
Focados no plano de buscar o candidato ideal o desafio não conseguia ser superado, um esforço imenso era despendido e um desgaste geral observado. A pergunta chave para destravar e gerar movimento veio como que instintivamente ao encarar o problema como um sintoma de alguma outra situação. E assim foi possível trabalhar no problema real, ampliando a visão e observando todo o sistema.
O convite é para criar a oportunidade de focar no que não está visível, o que está nas camadas abaixo do que se manifesta na superfície
Muita informação está disponível no “invisível”, existe um campo denso de informação, como quando entramos em uma rede WiFi e acessamos uma infinidade de dados de nosso celular. Não vemos, mas está tudo lá para nós!
Saber diferenciar mudança e movimento pode ajudar no diagnóstico que conduz à solução. E, gerar perguntas que mobilizam e ampliam a visão pode estimular à quebra do padrão que está drenando a energia.
Observe onde as coisas não estão fluindo, onde o desgaste é grande, e pense que perguntas podem gerar movimento. Que perguntas você ainda não fez sobre esta situação. Esteja aberto para a perspectiva de outras pessoas. Explore.
- – O que não está sendo visto?
- – Para que este problema é uma solução?
- – Que trabalho surgiria com a solução deste problema?
Se deixe navegar no movimento para alcançar a mudança que você precisa!
Voltar