Bonecos que curam e desenvolvem
Texto originalmente publicado no LinkedIn
https://www.linkedin.com/pulse/bonecos-que-curam-e-desenvolvem-claudia-gon%25C3%25A7alves
Quando comecei minha jornada como coach em 2005, usava muito os bonecos Playmobil para que clientes pudessem se visualizar. Recurso que integra a abordagem sistêmica em coaching ou em constelação individual. Percebi o poder dos bonequinhos, o quanto traziam para fora o que se passava no inconsciente. Ao longo do tempo, percebi que alguns de meus bonequinhos mudaram de dono. A conexão do cliente com seu representante de algum momento da vida, ou de alguma característica que precisava resgatar era tão forte, que me restava oferecer o boneco.
E assim também ia um lembrete de algo importante para aquela pessoa. Muitos de meus clientes já relataram que lembram das nossas sessões após alguns anos, ou que ainda tem seus bonecos em algum lugar importante.
Vendo de fora pode parecer ludoterapia – me atrevo a dizer que é mesmo: é uma oportunidade de lidar com coisas de forma lúdica, tem efeito terapêutico, e conversa com várias camadas de funcionamento mental: consciente e inconsciente.
Mais recentemente, especialmente com a pandemia, já não podia oferecer bonecos para meus clientes. E aí a nova lição de casa passou a ser comprar ou conseguir um(a) boneco(a) que pudesse acompanhar a jornada de cura e evolução dos clientes.
E hoje recebi um feedback lindo de uma cliente, que começou com uma boneca que representava um aspecto seu que precisava de atenção. Suas filhas, ao verem a mãe conversar e curtir tanto a boneca, depois de um tempo lhe deram outra boneca, uma mulher maravilha da mesma coleção. Era de fato um momento que essa cliente precisou ter super poderes para lidar com sua empresa à distância e um problema de saúde simultaneamente. Passado mais um tempo, ganhou uma terceira boneca, já não mais heroína, nem mais uma garotinha inocente; agora veio uma boneca representando uma mulher.
A conexão das gerações através das bonecas, a sabedoria indo para a mãe e para as filhas me tocou profundamente. Uma linguagem mais lúdica, mais leve, porém profunda e cúmplice.
As palavras dela sobre suas bonecas:
“Achei o máximo
Na minha interpretação, eu saí da criança sem recursos, sem filtro, passei pela necessidade de ser a Super Mulher que dá conta de tudo e cheguei na mulher mais madura, mais segura, que precisa menos de provar para os outros e acredita mais em si MESMA.”
E as filhas acompanharam tudo.
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