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Desapegar para Inovar: O Poder da Transformação em Tempos de Mudança

07 de junho de 2024 por Cláudia Miranda Gonçalves

Texto originalmente publicado no Estadão Digital, Blog Lentes de Decisão, em 07/06/2024

https://www.estadao.com.br/economia/lentes-de-decisao/desapegar

O que faz com que  nos agarremos…

  • Ao que nós sabemos?
  • Ao que nós pensamos?
  • Ao que nós fazemos?

Minha prática de consultoria e coaching me apresenta situações em que pessoas, times e a organização têm apego a conhecimentos, pensamentos e hábitos que não lhes servem mais. Enquanto sistemas vivos, precisamos ter em mente e em nosso cerne mais profundo que existe um fluxo para a vida, e parte desse fluxo inclui o desapego. Num sistema vivo, existe um movimento dinâmico. Pessoas, culturas e ecossistemas (comunidades) se adaptam e evoluem continuamente. Precisamos nos lembrar de que tudo está conectado a um ambiente maior que também está em constante movimento e evolução.

Aprendendo a deixar ir

Como seres humanos, nem sempre vemos a nós mesmos ou às nossas organizações como parte de um ambiente externo dinâmico. Ficamos agarrados à ideia de que, como líderes organizacionais, a nossa principal função é controlar o nosso ambiente, pois dessa forma podemos prever o comportamento e proteger a rentabilidade da nossa organização. Dado este contexto (e a crença de que o ambiente externo é mais estático do que dinâmico), desenvolvemos uma dificuldade em abandonar processos, estruturas e mentalidades.

E, no entanto, deixar ir é uma forma essencial de os sistemas manterem e desenvolverem resiliência. É um componente crucial da evolução para indivíduos e organizações, pois permite que os ciclos aconteçam. Deixar ir nos leva adiante. Libera recursos e energia para explorar novas formas de estar no mundo.

O que nos faz persistir?

O que nos faz persistir? Acredito que há vários motivos para nos apegarmos à maneira como pensamos, ao que sabemos e ao que fazemos:

  • Ao controle. Por exemplo, quando falamos sobre o desejo de controle, podemos considerar que as empresas muitas vezes resistem a mudanças por medo de perder essa sensação de comando sobre os processos. Quando podemos prever, podemos controlar ou influenciar as nossas vidas e as nossas organizações.
  • Segurança. Há segurança em não mudar ou avançar rumo ao desconhecido. Muitas vezes pensamos: “Se posso evitar o desconhecido, estou mais seguro”. Muitas organizações preferem manter o status quo em vez de se arriscar em novas abordagens, pois enxergam a mudança como uma ameaça à estabilidade.
  • Hábito. Todos nós temos aspectos de nossas vidas que dependem de hábitos. Quando estamos ocupados, trazemos nossos hábitos para nossas escolhas e comportamentos para não termos que pensar em outras alternativas. Se pensarmos em equipes que estão acostumadas a realizar um determinado tipo de reunião semanalmente, mesmo que percebam que ela não é mais produtiva, a resistência em abandoná-la pode estar enraizada na familiaridade e na comodidade do conhecido.
  • Sentimento. Medo, raiva ou ansiedade em relação ao futuro podem fazer com que perseveremos. O medo do desconhecido, a irritação com mudanças imprevistas ou a ansiedade em relação ao futuro podem nos levar a nos agarrar ao que é familiar, mesmo que isso não seja mais eficaz.
  • Possibilidade. Às vezes, persistimos porque não conseguimos imaginar uma forma alternativa de ser. Se não conseguirmos ver uma nova forma de ser ou de saber, muitas vezes nos apegamos ao que funcionou no passado, mesmo que funcione contra nós no presente ou no futuro. Por exemplo, um líder que sempre conduziu sua equipe de vendas da mesma maneira pode resistir a novas ideias de abordagem de clientes simplesmente por não conseguir visualizar um cenário diferente.

Ao refletirmos sobre esses exemplos e compreendermos mais profundamente o que nos leva a nos apegar a certas práticas, estaremos mais propensos a romper com o antigo e abraçar o novo, pavimentando assim o caminho para a inovação e o crescimento em um mundo em constante evolução.

Em um cenário empresarial dinâmico e desafiador, a reflexão sobre o momento de abraçar ou renunciar a certas práticas é fundamental para líderes que buscam se adaptar e inovar continuamente. Como líderes, é fundamental questionarmos por que nos agarramos a certezas do passado, modos de pensar ultrapassados e ações que não nos impulsionam para frente. Aqui estão cinco perguntas que podem guiar nossa reflexão sobre se é hora de soltar ou manter:

  1. Em que medida o desejo de controle influencia nossa resistência à mudança e à inovação?
  2. Como a busca pela segurança e a aversão ao desconhecido impactam nossas decisões de manter o status quo?
  3. Até que ponto nossos hábitos nos impedem de explorar novas abordagens e possibilidades?
  4. Qual papel as emoções desempenham em nossa relutância em abandonar o conhecido e abraçar o novo?
  5. Até que ponto nossa falta de imaginação de alternativas nos impede de evoluir e nos reinventar?

Ao reconhecer e compreender os motivos subjacentes ao apego, podemos abrir espaço para a transformação e a inovação em nossas vidas e organizações. A capacidade de deixar ir o antigo e abraçar o novo é essencial para nos adaptarmos e prosperarmos em um mundo em constante mudança.

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