
As lentes para observar o horizonte
Nas últimas semanas tomamos várias decisões sob uma nova condição.
O contexto tem colocado a todos em um nível de stress elevado.
São tempos sem precedentes. Sem dúvida estamos diante de uma disrupção!
O vírus nos forçou a mergulhar em nós mesmos e nos mostrou o impacto de nosso comportamento. Nos fez conscientes de como cada um de nós individualmente e coletivamente é capaz de mudar o sistema.
De três meses atrás, quando pela primeira vez se falou sobre a existência de um vírus na China, até hoje, contabilizamos milhões de infectados, milhares de mortos.
Foram altos os investimentos na construção de estruturas de saúde, e surgiu uma corrente global de colaboração para busca de soluções que suavizem as projeções futuras.
Descobrimos que é preciso fazer sacrifícios pessoais, para o nosso bem, mas principalmente para o bem do todo. Estamos aprendendo o funcionamento de um sistema complexo.
Está ficando claro que a atitude de um importa!
Neste contexto podemos paralisar, e nos distanciar uns dos outros, isolados, amedrontados e com raiva, ou, seguir em frente, caminhar dando suporte, nos ajudando com coragem e despertando a curiosidade e compaixão.
A lente que escolhermos é que vai nos ajudar a identificar o que surge no horizonte. E é a qualidade desta escolha que vai guiar nossas respostas.
As mudanças externas exigem um ajuste para ativar nossos recursos internos.
A nova rotina mostra que mais da metade das reuniões que ocupavam as agendas não eram necessárias, que é possível impactar o meio ambiente de forma mais eficaz com uma quebra de paradigmas.
Esta rotina muda a qualidade dos relacionamentos: os contatos acontecem com quem importa, o assunto é sobre o que vai fazer a diferença.
E assim, a cada dia, temos nos deparado com a questão do que é essencial.
E como cada dia é diferente, todos os dias revisitamos o que realmente importa.
Este tempo pode servir para despertar nosso potencial máximo. A medida que começarmos a sair de nosso casulo, nos reconheceremos borboleta, se soubermos deixar para trás aquilo que já não nos serve.
E quando tivermos novamente a liberdade de voar, olharemos para tudo de forma diferente, entenderemos o valor da transformação digital, o poder da inteligência artificial, o risco dos ataques cibernéticos, a marca que comunga com o que é essencial para nós.
Com uma consciência sistêmica maior aprenderemos a questionar qual a proposta de valor do que desejamos consumir. Por necessidade buscaremos novas formas de negociar, e testaremos e aprenderemos em tempo real.
O mesmo vírus que tira temporariamente nossa liberdade, nos abre caminhos e possibilidades para reinventar, reformular, reimaginar o futuro.
Compreendido e aceito o stress, se quisermos olhar para o horizonte e começar a pensar no futuro alguns passos podem fazer a diferença:
- Foco no que é essencial.
- Esvaziar-se de qualquer certeza.
- Diminuir o ritmo atuando no que importa.
- Pausar para sentir o que é necessário.
- Observar para identificar o que está surgindo.
- Se abrir para o que emergir.
- Agir confiante.
Os tempos seguirão incertos, os contextos complexos e sobrepostos, e é o movimento conjunto, de forma consciente e com intenção que vai harmonizar a nossa convivência com o ecossistema, com este vírus, e com outros que ainda virão.
Reflita sobre isso!
Nenhum de nós tem a resposta, mas todos estamos conectados e temos a escolha.
Saímos juntos de nossa zona de conforto e estamos juntos sendo confrontados: este é o chamado para uma ação coletiva.
A lente que decidirmos usar será determinante para nos abrirmos para o que está surgindo e agirmos!
Fonte: BLOG Lentes de Decisão – Estadão