
Congruência no propósito
Muitos conflitos e impactos no resultado das empresas são originados pela falta de congruência no propósito.
Para além de uma frase nas paredes da empresa o propósito é o que vivemos no dia a dia. E o que vivemos está relacionado com nossos fazeres, refletidos em capacidades e habilidades colocadas em ação; com a forma com que elaboramos o resultado final e definimos objetivos e metas; e finalmente, com a energia que nos impulsiona e engaja.
Não importa se estamos falando do propósito organizacional, de um projeto ou do propósito pessoal, trata-se sempre do que nos movimenta em direção aos resultados desejados e que de alguma forma vai garantir vitalidade e perenidade.
Quando percebemos que algo não vai bem, e que mesmo em um contexto favorável os problemas persistem, investigar como o propósito está vivo nas relações é um caminho que pode trazer um movimento positivo.
Mas, com um ambiente tão complexo e tantas variáveis atuando, como será que podemos identificar com mais clareza ações que ajudem a dar o primeiro passo em direção a solução possível?
Gosto de buscar o que chamo de congruência no propósito, que como um guia nos orienta e ajuda a reconhecer o desalinhamento na forma como o propósito está sendo vivido. Para isso precisamos refletir sobre o desdobramento do propósito que acontece através do pensar, sentir e agir que pulsa em todo organismo vivo.
O pensar
O Pensar se traduz na definição e elaboração dos objetivos e metas. Ele representa o que se deseja alcançar, algo que ainda não está concretizado.
O desalinhamento desta dimensão se dá ao assumirmos metas que foram impostas, que “chegam de fora”, ou seja, uma resposta a pressões externas que não condiz com o momento pessoal ou da empresa, com as capacidades do time, ou que não tocam no que engaja e traz um sentido mais amplo.
A consequência desta situação é que muita energia é despendida para alcançar os resultados, haverá grande desgaste e pouco fluxo entre os elementos envolvidos no processo.
O sentir
O sentir está na motivação, a vontade interna de fazer as coisas acontecerem, o engajamento.
O desalinhamento aqui faz com que as coisas aconteçam de forma automática, equipes e colaboradores não se conectam de forma mais profunda com o que tem que ser realizado e alcançado e consequentemente não se envolvem.
Com isso, nem se importam em identificar melhorias ou apontar problemas que podem transformar o resultado, este calar das vozes e ausência gera uma crise e um vazio que vai se refletir, entre outras coisas, na alta rotatividade, e no alto nível de stress.
O agir
O agir se dá através da expressão das habilidades e capacidades.
O desalinhamento aqui pode ser percebido com ações dissonantes, o foco no agir sem coordenação com o todo, provocando falhas por desconhecimento de métodos e processos, e práticas que resultam em nada.
Os prejuízos materiais e impactos na equipe ficam nítidos por que o fazer e refazer desgastam as relações e provocam incertezas e desconfiança.
E, imaginem só o que acontece quando o desalinhamento é total… um caos que gera confusão e insegurança.
O alinhamento destas três dimensões torna o pulsar mais vigoroso e fortalecido para enfrentar as adversidades externas e encontrar caminhos, além de promover resiliência e gerar clareza na tomada de decisão. Por isso se sentir que você, sua empresa, projeto, time, estão de alguma forma incongruentes busque usar este guia para entender o que está acontecendo.
Propósito alinhado significa bem-estar, percebido por colaboradores, clientes, fornecedores e sociedade, um estado que traz mais clareza e que amplia as possibilidades de uma tomada de decisão que transforma conflitos e gera resultados sustentáveis.