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engajamento = resiliência

23 de maio de 2023 por Cláudia Miranda Gonçalves

Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão, no Estadão digital, caderno Economia e Negócios, em 23/05/2023

https://www.estadao.com.br/economia/lentes-de-decisao/engajamentoresiliencia/

E segue mais um texto sobre resiliência nas organizações. Mas para olharmos para ela nesse nível amplo e sistêmico, nossa melhor metáfora e comparação é a natureza. Inclusive porque somos natureza também. Sempre fiquei encantada como na natureza  tudo parece ser projetado para ser auto-organizado, e essa capacidade de dirigir a própria vida e relacionamento com um ecossistema requer o engajamento ativo de todas as espécies. 

Não há apatia na natureza. Se uma espécie não se engaja, ela morre. A resiliência é definida pela capacidade que um sistema tem de absorver interrupções e manter a função. O envolvimento de todas as espécies e plantas dentro de um ecossistema permite adaptação nos níveis micro e macro, espécies individuais e pelo ecossistema. 

O paradoxo do engajamento na natureza versus engajamento nas organizações

No entanto, as organizações precisam de ajuda para criar culturas de engajamento em todos os níveis da organização. Isso levanta uma questão.

“Quais as fontes em uma organização que afetam negativamente o engajamento?”

Por exemplo, a liderança pode influenciar positivamente o engajamento se distribuída por toda a organização. Nossa cultura organizacional pode influenciar o engajamento, se modelar, reconhecer e recompensar o engajamento autêntico. A forma como as organizações fazem o convite para o engajamento pode influenciar positivamente as respostas das pessoas apenas se a equipe acreditar que o convite é autêntico. Quando o convite é apenas uma forma de “teatro organizacional”, as pessoas percebem e respondem de acordo.  

Gostaria de trazer aqui uma reflexão sobre a paradoxal  “mentalidade de dono” que as empresas têm ou buscam. Em diversos projetos de desenvolvimento organizacional, fui chamada para ajudar a melhorar ou aumentar essa mentalidade nas equipes. Mas, mentalidade de dono não é exatamente sinônimo ou fonte de engajamento, que é o que realmente as organizações buscam. 

Quando os funcionários veem seus líderes como “donos da organização” devido à distribuição de remuneração, comportamentos econômicos ou de interesse próprio, eles também acreditam que os líderes são “donos” dos problemas da organização. Por que eles deveriam ajudar ativamente a resolver problemas que são dos proprietários? Quando as pessoas não se interessam pelo problema que o CEO quer que resolvam, elas não conseguem se  envolver porque não é percebido como um problema delas. Na outra mão o mesmo acontece! Quando a liderança não percebe um problema de suas equipes como seu também, ela não se engaja em resolver ativamente.

Voltando para a natureza, quem é dono do quê nela? A pergunta parece estranha, pois é difícil imaginar, por exemplo,  uma abelha como dona de flores ou de alguns hectares de floresta, ou um rio dono de seus peixes, algas e jacarés.  Talvez precisemos nos conscientizar mais sobre as interdependências e a colaboração para despertarmos a inteligência coletiva tão necessária para soluções sistêmicas. Assim como na natureza cada um faz a sua coisa, tem seus papéis, talvez seja mais interessante buscar essa clareza de papéis nas nossas estruturas.

O engajamento aumenta quando os benefícios e obrigações são compartilhados

A resiliência e o engajamento ativo de um sistema estão profundamente conectados. Se quisermos fortalecer o engajamento em nossas organizações, podemos perguntar:

  • Este é um lugar onde os benefícios e obrigações são amplamente compartilhados? (Este é um antídoto para a “mentalidade de  dono”)
  • Existe um nível de confiança e transparência embutido na cultura da organização?
  • Os convites para engajamento são autênticos ou apenas para exibição?
  • Como nossas estruturas e processos atuais ajudam ou atrapalham o engajamento genuíno?

Se quisermos tornar nossas organizações resilientes hoje, precisamos encontrar maneiras de criar condições favoráveis ao engajamento. 

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