
Felicidade no Trabalho
Em uma palestra recente de Claudia Rizzo, sobre a felicidade no trabalho, ela trouxe os seguintes dados:
O que traz felicidade no trabalho:
- ambiente de trabalho;
- reputação da empresa;
- benefícios corporativos;
- progressão na carreira;
- competência dos colegas.
E quais são as críticas mais frequentes?
- salário;
- falta de reconhecimento;
- falta de plano de carreira;
- liderança da empresa;
- falta de qualidade de vida.
O interessante aqui é que a ordem das críticas não corresponde, na mesma proporção, à “lista da felicidade”.
Em um mundo linear, esperaríamos que o número 1 daquilo que traz felicidade estivesse diretamente correlacionado com o número 1 das críticas.
As informações acima provam que não é bem assim. Isto me fez pensar sobre a confusão que, há anos, desorienta as políticas de benefícios e retenção nas empresas. Por exemplo, quando um colaborador ameaça sair do emprego, é praxe logo lhe oferecer um aumento de salário e talvez até uma promoção. Fica a dúvida: é realmente isto que ele quer? Parece que não.
Por outro lado, em um mundo sistêmico, faz sentido que o mundo dos problemas seja bem diferente do mundo das soluções. E que as soluções, portanto, sejam de uma outra ordem que não a das críticas/ problemas. Observe que o que traz mais felicidade (os dois primeiros itens) têm a ver principalmente com o pertencimento e com o orgulho de fazer parte.
Na mesma medida, os três itens seguintes estão relacionados com a conexão e com a relevância dentro da tribo. Quando analisamos as críticas, aí sim encontramos questões relacionadas às necessidades individuais. Mesmo assim, é importante ressaltar que tanto a falta de reconhecimento quanto falta de plano de carreira têm a ver com a questão do pertencimento.
Ou seja, somos biologicamente programados para buscar o pertencimento. Mal chegamos em uma empresa e logo pensamos: será que vão me aceitar? Será que alguém vai puxar meu tapete? Vão gostar de mim? Será que vou conseguir contribuir?
Assim, encontramos aqui uma pista interessante: atender as necessidades individuais não necessariamente trará engajamento e felicidade. E mais, fica claro porque algumas pessoas são absurdamente felizes fazendo coisas que não necessariamente lhes trazem os melhores salários.
Resumindo, devemos saber que SER PARTE é o caminho para aumentar a nossa FELICIDADE. Pratique!
Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão no Estadão em 26/11/2019