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Integrando os IDGs na atuação dos conselhos: um caminho para excelência

23 de junho de 2023 por Andréa Nery
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Recentemente, tenho refletido sobre a importância do processo de aprendizagem contínua para os profissionais que ocupam posições em conselhos. É notável a crescente oferta de cursos, certificações e atualizações que visam preparar executivos para assumir esses papéis. Sem dúvida, uma atuação responsável requer um aprendizado contínuo, alinhamento com as tendências e uma grande capacidade de identificar os movimentos relevantes em seu setor de atuação.

No entanto, na prática, tenho observado que esse desenvolvimento nem sempre é suficiente para garantir a qualidade dos diálogos nos conselhos e uma governança adequada. Em minha visão, o conselho desempenha um papel fundamental ao assegurar a execução da estratégia, questionar o status quo, identificar oportunidades, atrair investimentos e promover a perenidade da organização. Para cumprir essas funções, os conselheiros devem ser selecionados não apenas com base em suas capacidades técnicas, mas principalmente por sua habilidade em expressar opiniões com clareza, compreender a dinâmica emocional e relacional, mediar e gerir conflitos, e ponderar suas decisões com foco no interesse da organização, e não em interesses pessoais.

É essencial que uma participação ativa, na qual os conselheiros expressem claramente seus pontos de vista e defendam suas ideias a partir de suas perspectivas únicas, seja combinada com uma escuta generativa presente em um diálogo aberto, no qual diferentes experiências e pontos de vista sejam considerados para formar uma posição comum em relação às decisões e questões que surgem. Muitas vezes, as indicações para essas posições ocorrem por meio de redes de relacionamento estabelecidas ao longo dos anos em que os profissionais atuam em seus cargos executivos ou já como conselheiros. No entanto, é importante ter cuidado para não formar um grupo que não traga novas perspectivas para as discussões, pois a boa governança exige o confronto de ideias.

Ao refletirmos sobre as exigências desse papel, torna-se evidente a importância da maturidade e integralidade adquiridas por meio de um processo mais profundo de autoconhecimento. Esse processo permite desenvolver um senso claro de propósito e trazer consciência para o processo de tomada de decisão. Isso ressalta um aspecto fundamental na formação desses profissionais: eles devem se preocupar com o desenvolvimento de competências interiores que os ajudem a manter clareza diante dos desafios, questões complexas e mudanças constantes em um ambiente repleto de incertezas.

Apesar de não ser uma novidade, ainda não vemos uma valorização adequada desses aspectos, e muitas empresas sofrem com uma atuação medíocre de seus conselhos.

Motivado pela urgência em acelerar o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentáveis, um grupo na Suécia embarcou na elaboração de um framework inovador. Esse framework é composto por 23 habilidades essenciais para o crescimento e desenvolvimento interior, conhecidas como IDGs (Inner Development Goals)[ii]. Sua concepção resultou de um processo de pesquisa minucioso, envolvendo especialistas, cientistas e organizações em todo o mundo. Ao longo do tempo, tem ganhado força, despertando um interesse crescente por parte de diversas lideranças.

Acredito que é fundamental refletirmos sobre a importância da integração dos IDGs (Inner Development Goals) no contexto da atuação dos conselhos. Os IDGs proporcionam a base para esse fortalecimento, ao abrangerem aspectos essenciais do desenvolvimento interior e oferecerem uma estrutura sólida para aprimorar as competências necessárias no exercício das funções de um conselheiro. Competências que são muitas vezes negligenciadas em detrimento do foco exclusivo em aspectos técnicos.

Ao considerarmos a dinâmica dos conselhos, percebemos que a presença de habilidades como a inteligência emocional, a escuta ativa e a capacidade de lidar com a diversidade de perspectivas são fundamentais para a construção de um diálogo rico e construtivo. Apenas com o desenvolvimento dessas competências interiores é possível garantir um ambiente propício à governança eficaz.

É hora de nos questionarmos: como podemos integrar essas habilidades essenciais em nossas próprias trajetórias de desenvolvimento[iii] e contribuir para uma atuação mais significativa nos conselhos e organizações às quais pertencemos?


[i] Originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão do Estadão Digital em 23/06/2023

[ii] Para saber mais sobre os IDGs https://www.innerdevelopmentgoals.org

[iii] Se quiser ler mais sobre o tema https://weholon.com.br/o-tecido-para-sustentabilidade/

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