Navegando as Megatendências: O papel da Saúde Mental
Fechando o primeiro mês de 2024, mais um janeiro branco! Por aqui, um mês de pausa para recarregar baterias, conectar com propósito, revisitar objetivos e cuidar de mim. Um movimento que vem sendo cada vez mais relevante para permitir que eu apoie lideranças em seus desafios pessoais e de negócios.
Ao longo do ano passado observei na prática o que muitos relatórios têm mostrado sobre a saúde mental, encontrei pessoas irritadas, ansiosas, tristes e com muita dificuldade de ver significado no que estão fazendo. Com o “piloto automático” ligado muitos seguiam atuando sem consciência do que estavam passando e sem uma percepção mais ampla do contexto e armadilhas que estavam vivendo.
Muitas destas pessoas eram lideranças a frente de projetos importantes, responsáveis por resultados significativos, apoiando equipes, lidando com fornecedores e participando de tomada de decisão estratégica em suas empresas.
Ao perceber o significado disso começamos a entender a extensão e impacto que a saúde mental abalada tem nas relações, nos resultados dos negócios e na nossa maneira de viver a vida.
E, para cuidar e tratar dela, definitivamente, é preciso muito mais do que oferecer um benefício dentro de um pacote de contratação e retenção, é preciso transformar uma cultura de relações, mudar a visão do crescimento a qualquer custo, e repensar as métricas que determinam o sucesso.
Tivemos um ano em muitos aspectos difícil, que exigiu bastante de todos nós, mas que pode ser uma amostra dos anos que teremos pela frente.
O chamado para cuidarmos mais de nós vem não só de dentro, quando o corpo já exausto nos impõem uma pausa, mas chega de diferentes direções, nas incertezas e volatilidades, e também, de forma bem explicita e clara, nas tragédias resultantes de mudanças climáticas em várias regiões no mundo.
Durante o Fórum Econômico Mundial, ocorrido este mês em Davos, foram apresentados os resultados do mais recente relatório de riscos globais[i] e nele, uma visão dos desafios percebidos por 1490 experts sobre o que poderia impactar de forma significativa o PIB global, a população e os recursos naturais.
Este relatório é mais um sinal de que precisamos repensar as ações necessárias para enfrentar estes riscos e refletir sobre os efeitos que podem ter as cinco megatendências, já conhecidas, mas cujo escopo, impacto e interdependência estão crescendo.
Inovações tecnológicas, fragmentação global, mudanças climáticas, instabilidade social e mudanças demográficas já estão impactando e mudando tudo, e afetando profundamente a nossa saúde mental.
Este relatório me ajudou a fazer conexões importantes sobre a importância de seguir apoiando o desenvolvimento interno das lideranças e estimular as empresas a olharem para habilidades e capacidades que serão cada vez mais essenciais para navegar neste contexto em que as megatendências vão se materializando em diferentes realidades e situações.
Navegar em um contexto de informações falsas e desinformação, onde condições climáticas atípicas modificam as formas de interagir com o ambiente e onde a incerteza e a complexidade fazem parte do dia a dia, traz mais urgência para buscarmos este desenvolvimento.
Para mitigar muitos destes riscos será preciso cooperação global, desafiando nossa capacidade de nos relacionar e colaborar. As soluções virão de muitas pessoas com diversas perspectivas e experiências, e terão que ser inovadoras, exigirão criatividade, perseverança, otimismo e muita coragem para agir.
Acredito que o papel que as empresas e organizações tem neste cenário seja crucial, mas observo que ainda são poucas as que genuinamente buscam incorporar ações práticas e efetivas para enfrentar a situação e atuar de maneira mais sistêmica e integral.
Porém, não temos tempo para aguardar este despertar e mobilização, precisamos no nosso papel, assumir responsabilidades, agir para desenvolver nossa resiliência, dedicar tempo e energia na busca do autoconhecimento para fortalecer quem somos.
Que o fim deste janeiro branco desperte em você a consciência do cuidado, da pausa, da conexão e principalmente de uma atuação mais alinhada com quem você é, e o que você quer para o mundo!
[i] https://www.weforum.org/publications/global-risks-report-2024/
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