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O futuro tem coração

04 de julho de 2018 por Cláudia Miranda Gonçalves

O grande líder. O bom líder. O líder do futuro. Ouvimos e lemos muito sobre o líder que motiva, que engaja, que mostra resultados. Há muito, já traçamos o perfil deste profissional com todas as
características que o mercado exige e valoriza. Além de farta bibliografia sobre o assunto, temos à nossa disposição ferramentas e treinamentos cada vez mais assertivos para formar esse “líder padrão”.  Chega, então, a hora de perguntar:

Se temos os melhores líderes, o que é que está faltando?

Por que tantos profissionais estão se sentindo infelizes e desmotivados?

Será que estamos vivendo uma crise de liderança?

Realmente, acho que crise é uma palavra muito exagerada, mas ninguém duvida que vivemos um momento de ajuste. E é por isso mesmo que precisamos parar para examinar esse assunto com outros olhos, com lentes que, por um olho, nos faz ver de perto e por outro, nos faz ver além. E é isso que vamos fazer agora.

Pare e olhe com cuidado para os líderes que fogem dos padrões e que estão trabalhando nas bases da inovação exponencial. Rapidamente, você vai constatar que eles não são “apenas uma fotografia na parede”. Eles promovem, aprendem, colaboram e empoderam, criando um sistema na qual a liderança emerge como uma força e não como uma pessoa. Isso, sim, produz e faz com que os resultados circulem pelo sistema da empresa e da sociedade.

Esse líder não é mais o dono das respostas e isso não o incomoda, pelo contrário, o estimula a procurar as melhores perguntas. Mas, acima de tudo, ele sabe que existe uma vantagem competitiva que vai além dos manuais. Um pequeno detalhe que faz toda a diferença. Um “porquê” que impulsiona a colaboração: a emoção. Sim, estamos falando de um líder compassivo, que não reprime as emoções, estimulando sua equipe a colaborar mais e melhor. Ele é otimista e já entendeu que a felicidade vem antes do sucesso. Ele sente e expressa gratidão. Ele tem fortes conexões sociais e emocionais que o sustentam nos desafios e o estimulam a crescer ainda mais.

Pode parecer ingênuo falar em emoção quando o futuro ameaça a maioria dos nossos negócios, quando vemos a inteligência artificial virar realidade, quando assistimos ideias se transformarem em negócios milionários e disruptivos. Mas, pense bem, será que tudo isso não foi possível, justamente, por causa da emoção? Não são os propósitos que lideram as mudanças? Não seria a nossa emoção criativa que tem transformado o futuro.

Tenho certeza que sim. Você já sabe que além de conectar é preciso colaborar; é preciso liderar de forma compassiva; é preciso sentir. As emoções, as afinidades e a empatia têm mostrado que há uma revolução possível: a da inteligência coletiva. Só assim podemos criar um ambiente menos propenso à insatisfação, o que é saudável e estimulante, mostram as pesquisas. Além disso, neste cenário, encontramos equipes mais comprometidas e com um senso de pertencimento inabalável. Estas pessoas confiam, cooperam, são criativas, leais, entusiastas. Em outras palavras, são felizes.

Por fim, queria dizer que o líder que sustenta a inteligência coletiva é aquele que não se vê mais na posição de comando ou de controle. Ele é um líbero, pronto para enxergar a liderança onde quer que ela esteja. Ele vê além das fórmulas prontas, dos manuais. Ele se reinventa a cada jogada, com a emoção à flor da pele.

Assim, se você é um líder, sugiro que reconsidere algumas “ferramentas” e desconfie das muitas verdades que circulam por aí.  Se você me permite um conselho, invista em autoconhecimento e procure mudar primeiro o seu jeito de pensar, para depois mudar o que você faz.  E acredite, o futuro tem coração.

Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão no Estadão em 31/07/2018

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