organização regenerativa
Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão, no Estadão Digital, Economia&Negócios, em 08/05/2024
https://www.estadao.com.br/economia/lentes-de-decisao/organizacao-regenerativa
Descobrir novos caminhos em nossas estratégias organizacionais, visando transitar para sistemas mais sustentáveis e regenerativos, é um desafio que deveria estar sendo discutido intensamente. Mas, para que essa tal discussão leve a novos caminhos, devemos ter coragem para decidir o que precisa ser deixado para trás. Mas somos muito apegados, não é mesmo?
Atualmente, concentramos nossa atenção principalmente no lucro e em resultados de curto prazo, trimestrais e anuais. Inserimos esses critérios baseados no lucro profundamente em nossos modelos de negócio e, como resultado, torna-se desafiador para as organizações fazer a transição para uma mentalidade mais regenerativa, onde critérios expandidos poderiam incluir metas de sustentabilidade para 2030 ou uma mudança em direção a um estilo de vida livre de carbono, por exemplo.
Estamos acostumados e familiarizados com o lucro como a medida principal de sucesso. Líderes podem ter adicionado KPIs como experiência do cliente, reputação da marca ou engajamento dos funcionários. Mas essas métricas são todas avaliadas pelo impacto que têm no lucro. Precisamos de maneira urgente ampliar o foco para incluir sustentar a vida em nosso lindo planeta.
O ponto crucial é que a maioria dessas métricas considera a organização como o “todo” a se concentrar. Um aspecto de uma mentalidade regenerativa é que ela considera o sistema de forma holística. Mentalidades regenerativas adotam uma visão de longo prazo enquanto expandem o tamanho e o alcance do sistema para incluir nossas comunidades e nosso planeta. O mundo fora de nossas organizações, se assim quiser definir.
Precisamos nos fazer melhores perguntas ao tomarmos decisões, para ver se podemos trazer mais de uma mentalidade e impacto regenerativos para a forma como nossas organizações interagem com o mundo de hoje e com nosso futuro coletivo.
Abaixo há algumas mudanças para ajudar nossas organizações a caminhar rumo a um processo de tomada de decisão mais regenerativo. Essas mudanças servem como ponto de partida, não como a resposta perfeita. A chave da mudança é experimentar o tempo todo, mas somente replicar o que funciona. Vamos começar a experimentar com nossos critérios de tomada de decisão:
A decisão criará possibilidades ou limitações?
A decisão ajudará as futuras gerações a prosperar?
Essas perguntas auxiliam líderes, organizações e indivíduos a aprenderem a olhar para frente. Elas nos ajudam a imaginar o impacto de longo prazo das decisões tomadas no presente.
Mais perguntas com toque regenerativo para as tomadas de decisão:
Quais os impactos de nossos produtos e processos no curto e longo prazos?
O que beneficia nossa organização e o mundo hoje e no futuro?
Como nos adaptamos ao ambiente de mudanças e aos desafios que enfrentamos como humanidade?
No cerne destas perguntas residem duas reflexões mais profundas que precisamos fazer individual e coletivamente:
Como devemos definir o sucesso?
Essa definição cria condições propícias para a vida das gerações futuras?
Se a resposta para a segunda pergunta for “não”, precisamos começar a nos perguntar como moldar melhores decisões para servir nosso futuro – não apenas nosso presente!
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