
Perguntar é a melhor resposta
A gente gosta mesmo é de certezas, de respostas. E é por isso que a vivemos fazendo perguntas sobre tudo, o tempo todo. E quase sempre, estamos esperando por respostas “eficientes”, rápidas e esclarecedoras.
Aí eu lhe pergunto:
Respostas têm sido suficientes?
Não foram suas dúvidas que te levaram às soluções?
Nessa altura, você deve estar se perguntando: qual é o objetivo deste texto?
Eu respondo:
Qual é a pergunta que mais lhe ajudaria agora?
Já dá para começar tudo de novo com ela?
Pois é, o objetivo é esse: enxergar o poder transformador de uma pergunta.
Esqueça o certo, o único, o mais fácil. Responder perguntando, instiga, transforma e abre espaço para o novo.
E olha, eu acredito tanto no poder das perguntas que resolvi deixar aqui uma lista com 50 perguntas que fazem muito sentido para mim e para o meu trabalho. Elas estão divididas por “temas” que ora conversam diretamente com você, ora dialogam com o mundo corporativo.
Cinquenta pode parecer muito, mas é só o começo para quem já entendeu que as perguntas são as melhores respostas. Eu repito: quando a gente deixa de procurar a resposta certa, encontramos perguntas eficientes. Isso transforma, acredite!
10 Perguntas para uma reunião “diferente”:
O que a nossa empresa ainda não sabe fazer?
Em qual projeto você gostaria de estar trabalhando daqui a dez anos?
Quem pensa diferente de você aqui na nossa equipe?
O que você aprendeu com ele/ela?
Como você veio trabalhar hoje?
Haveria um outro jeito de chegar aqui hoje?
Qual é a palavra mais detestável do nosso vocabulário corporativo?
O que você gostaria de estar fazendo agora?
Que pergunta você sempre quis me fazer e nunca teve coragem suficiente?
Qual pergunta resume esse nosso encontro de hoje?
10 perguntas para uma “reunião” com você mesmo:
Qual é a sua definição de sucesso?
Qual é a diferença que você gostaria de fazer no mundo?
Qual é o legado que você gostaria de deixar para o mundo?
Quais são as outras “respostas corretas”?
Quais são os três principais valores que formaram as suas raízes?
O que ser autêntico significa para você?
Como você reconhece que está sendo autêntico?
O que traz um senso genuíno de alegria para a sua vida?
O universo é hostil ou amigável? Se hostil, como você poderia notar presenças mais amigáveis e colaborativas?
O que o faz se sentir grato neste exato momento?
10 perguntas para “olhar para os lados”:
Qual é a sua relação com a hierarquia?
Como você está alavancando a colaboração e a inteligência coletiva?
De que lugares esquecidos/não-descobertos da sua organização você pode buscar inputs?
Como você está ampliando conexões, forças, diversidade e reduzindo comparações, julgamentos e críticas?
Você está escutando a partir da sua cabeça, do seu coração ou está usando a sua intuição?
O que a sua intuição diz sobre a principal conversa de hoje?
Quais as principais conversas que você precisa ter?
Como você está ajudando a trazer o “instinto de fazedor” para o seu time e para a sua organização como um todo?
Como você poderia acelerar a inovação e a experimentação?
Que oportunidades de transformação pessoal você está oferendo para a sua organização nesse momento?
10 perguntas para “pensar além”.
Quem se beneficia com o seu propósito?
Quais são as oportunidades para se criar parcerias potenciais com seus competidores ao redor de um propósito comum?
Qual valor pode ser criado ao inovar com o seu círculo mais amplo de stakeholders?
Quem se beneficia quando sua organização vai bem?
Que padrões (relevantes para a sua organização) você vê acontecendo nas sociedades?
Como você pode testar a dinâmica entre o formato que você quer dar para sua organização e o formato que ela quer ter?
O que a sua organização está falando para você nesse momento?
Como você pode testar/aplicar isso?
Que oportunidades você pode criar hoje?
Que diferença você pode fazer?
10 perguntas sobre o “futuro”.
Quanto do que você está criando para sua organização está somando para o bem-estar da sociedade?
E como estará “essa soma” daqui a uma década?
E em 100 anos?
E em 1.000 anos?
Qual é a sua visão sobre crescimento?
Ela é suficiente?
Quanta responsabilidade você está tomando sobre os efeitos de ponta a ponta na sua cadeia de supply?
Como é um sistema saudável para você?
Quais são os principais indicadores (em relação ao seu negócio) que ajudam você a se assegurar que ele contribui positivamente para vida em geral?
Qual é o seu sentimento em relação ao futuro?
Se você chegou até aqui, depois de tantas perguntas em um texto só, é porque você é um perguntador inquieto e corajoso. Que tal deixar uma pergunta para mim lá nos comentários? Vou adorar o “Pingue Pongue”.
Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão no Estadão em 17/07/2018