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Quem escolhemos ser

08 de setembro de 2020 por Cláudia Miranda Gonçalves

O livro Who do we choose to be? de Margaret J. Wheatley inspirou essa reflexão da semana.  De que se trata esse livro? O subtítulo explica:

  • Encarar a realidade
  • Reivindicar  a liderança
  • Restaurar a sanidade 

O que diferencia sistemas vivos de máquinas é sua capacidade de aprender.  Cognição não é apenas o pensamento racional, linear. Pense em sua mente como uma habitação que pode receber pensamentos, sentimentos e sensações, trabalhando de forma não linear, e dando tempo para todos esses elementos se auto-organizem em insights. E a casa para esse processo é o que Heidegger nos brindou com o Dasein (o (sentido de) ser ou estar no mundo).  Gostaria de trazer algumas reflexões a partir dessa semente.

Sobre encarar a realidade

Duas perguntas para fazermos essa exploração tão interessante.

  • O que está acontecendo?
  • O que realmente está acontecendo?

A primeira pergunta destina-se a receber nossas emoções, interpretações, sentidos, sentimentos, julgamentos, expectativas a respeito da situação. 

A segunda pergunta é da aceitação. É quando, depois de desnudar a situação através da primeira pergunta, encontramo-nos diante daquilo que se mostra e já não podemos deixar de ver. Da  exploração da  segunda pergunta pode surgir nossa melhor opção prática (opção sendo uma possibilidade que faz sentido e pode ser implementada). 

Sobre como realmente encaramos o que vivemos

Em um estudo interessante sobre como reagimos a mudanças, Cy Wakeman traz o seguinte quadro:

Cerca de 30% das pessoas é resistente a mudanças, as vê como ameaças, agarram-se às suas crenças, que por sua vez justificam sua reatividade. Com isso vivem com um foco no passado. Metade das pessoas encara mudanças com cautela, têm dificuldade de fazer sentido do que está acontecendo ou não se importa e seu foco ora está no passado ora no futuro. E chegamos aos 20% das pessoas que de fato exploram a mudança em curso como uma oportunidade para testar, criar. Estes estão presentes e testando, iterando. 

O que de fato muda dos resistentes para os não resistentes à mudança é a perspectiva. Para os resistentes, todos os esforços devem ir na direção do retorno ao que era. O “certo”ou as certezas estão no passado. Para aqueles que fluem na mudança, o erro é aprendizado, experimento, iteração. Na verdade, não existe erro. 

Sobre reivindicar a liderança

Para uma existência plena em meio a um mundo em mudanças, executivos precisam se equilibrar entre algumas polaridades, para poderem ir para além da satisfação e alcançar a realização. 

A liderança baseada na realidade demanda encarar essa parte de sensações e emoções, em conjunto com o pensamento racional. É nesse  território tão mais vasto que as decisões são tomadas. Sofrem influência de memórias condicionadas, aprisionamento no tempo e espaço. Sabendo disso e estando mais consciente e aberto para o presente, líderes podem se abrir para o que o presente demanda, buscando sabedoria, mas não necessariamente fórmulas prontas.

Sobre restaurar a sanidade

O cérebro pensante representa apenas 20% da atividade e o cérebro senciente (atenção, emoção e comportamento) 80%. Restaurar a sanidade significar integrar ambas actividades. Só assim cada um poderá responder às perguntas de Joseph Campbell, na Jornada do Herói:

  • Quando você ouviu seu último chamado?
  • Você ouviu o chamado?
  • Porque não ouviu?
  • O que lhe bloqueou?

Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão no Estadão em 08/09/2020

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