singularity
Texto originalmente publicado no Blog Lentes de Decisão, @ Estadão Digital, caderno de economia e negócios, em 29/09/23
https://www.estadao.com.br/economia/lentes-de-decisao/singularity/
Depois de ter feito o programa executivo da Singularity University em seu campus na Califórnia, volto para participar do Miami Summit da Singularity agora, em 2023. Eu bem estava precisando mesmo de um banho de loja em termos do que há de novo e novíssimo nas diversas tecnologias.
Antes de cairmos de cabeça em palestras e trabalhos individuais ou em grupo, tivemos metade de um dia para nos conhecermos, criar conexões, e ouvir com maravilhamento sobre alguns negócios que parecem ficção científica. Brincar com o cachorro robô, ouvir várias línguas, deixar que uma ou duas taças de vinho levem a timidez para outro lugar.
Falar e pensar em negócios exponenciais, tecnologias diversas, problemas cabeludos fica mais fácil depois que ficamos mais amigos, mais abertos e dispostos a ouvir.
O primeiro dia começou com nossa tecnologia nativa, que vem de fábrica: liderar e contar histórias. Antes de qualquer decisão sobre que tecnologia usar, parece óbvio que vem a questão: o que estamos querendo resolver? E isso começa a despertar os sonhos da letargia causada pela rotina, muitas vezes travada, complicada e desconectada dos nossos para quês. E assim, com os sonhos despertos e convidados a percorrer a jornada do herói, aos poucos vamos dando cor, forma, som, cheiro, e alma para novos negócios.
Há um DNA na Singularity, que nos ajuda a fazer a jornada.
- resolver problemas que importam: ODS, por exemplo
- entrar em ação, rodear-se de pessoas tão determinadas quanto você em resolver
- tentar, tentar e tentar, por muitas vezes, intercalando com aprender, aprender, aprender
- ter paciência, pois coisas realmente novas que quebram paradigmas demoram a se materializar.
É muito interessante ter uma estrutura de construção das ideias, digo construção pois ter ideia apenas não é suficiente. Ao mesmo tempo, a estrutura revela e apoia a mentalidade Moonshot.
Porque Moonshot? Por que se baseou no discurso de Kennedy ao dizer, em 1962, que ainda naquela década iria mandar o homem para a Lua. E mandou em 1969. Em 1962 a Nasa era uma startup e o governo investia em diversas startups que desenvolveram chips e softwares que permitiram que a Apollo 11 colocasse homens na Lua, depois de 10 Apollos que foram se aprimorando e desenvolvendo para trazer o sucesso apenas na 11a.
É preciso ter coragem de perseverança – quase teimosia mesmo – para resolver questões que são complexas. Em sua palestra, Paola Santana, empreendedora Moonshot por duas vezes, criou a primeira empresa de logística com veículos autodirigidos: os drones da Matternet e agora está à frente da Glass, criando um marketplace para pequenas compras governamentais descomplicadas, conectando governos e negócios locais. Cada um desses negócios leva em média 5 a 7 anos para amadurecer. É complexo, pois depende de nova legislação, muitas negociações, vencer ceticismo.
Esse slide da apresentação de Paola Santana traz esse espírito Moonshot de maneira bem interessante:
E finalmente, apaixone-se e siga o PROBLEMA e não sua ideia! Vá até onde o problema acontece e tente, faça. Aprenda a humildade de abrir mão de seu planejamento! Mas seja fiel ao problema!
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